É da Natureza Ser Feliz...
Se você observar a natureza, verá que ela depende o mínimo de esforço em seu funcionamento. A grama não se esforça para crescer, apenas cresce. O peixe não se esforça para nadar, apenas nada. As flores não se esforçam para abrir, apenas desabrocham. Os pássaros não tentam voar, apenas voam... Essa é a natureza intrínseca.
A Terra não se esforça para girar sobre seu eixo; é próprio de sua natureza girar sobre o seu eixo. É próprio de sua natureza girar a uma velocidade estonteante e rolar pelo espaço.
É da natureza dos bebês o estado de graça. É da natureza do Sol brilhar. É da natureza das Estrelas piscar e reluzir. E é da natureza Humana materializar seus sonhos... E quando seus atos são movidos pelo amor, não há perda de tempo, de energia e de esforço. Ao contrário, tudo se multiplica e acumula. Temos nossa grandeza!
Libere-se para vislumbrar a verdadeira grandeza do Universo: Sorria! Ame! Sinta-se feliz! Aceite-se! Permita-se!
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Não há sentimento maior
nem alegria mais infinita
jamais haverá sensação
tão profunda ou verdade
mais pura; ser pai será
sempre ser maior e ser
menor que seus filhos;
ser pai é invejar o belo
por não poder torná-lo
do seu filho ou sua filha
amado ou amada para
sempre; ser pai é cantar
ao mundo quão feliz é
possível ser e gritar à
vida obrigado, eu te amo!
Em algum momento das nossas vidas já soubemos ser crianças e poucos são aqueles que não recordam com carinho essa fase tão encantadora das nossas vidas. Os mais novos residem em um mundo especial onde a brincadeira é a sua maior responsabilidade e por isso deliciam-se em não terem de pensar em mais nada.
Ser criança é ter mil sonhos no coração e acreditar que todos eles são possíveis. É fazer do imaginário a sua realidade, brincar com bonecos como se eles tivessem vida e pular e correr como se fosse dotado dos poderes dos seus heróis preferidos.
Não há alegria igual e tão genuína como aquela que mora no olhar dos pequenos. Eles são felizes sem saberem, sem preocupações e seus únicos medos são o escuro e as feras dos desenhos. Pena que todos crescemos e tudo isso desaparece com o tempo. Ser criança é ter certeza que viver vale muito a pena!
Ser feliz é ser amor em qualquer
situação, hoje e amanhã e sempre.
Aconteça o que acontecer na vida,
amar é sempre a melhor solução.
Como é lindo, Senhor, poder enxergar com estes olhos que me destes, poder sentir a natureza entrando pelos meus poros, me envolvendo e dizer:
Deus existe, olhai e vede a lua cheia ou minguante, o sol forte ou fraco, as árvores com suas folhas embaladas pelo vento, vento esse que nos refresca e embeleza ainda mais as coisas que movimenta. E as águas? Ah! as águas, tão frescas, tão poderosas e tão necessárias à vida.
Vida, resumo da natureza! Olhai e bendizei a natureza pois ela, irmãos, é muito mais importante do que tudo que estais acostumados a admirar e comprar...
Ao romper do dia, sentei-me na campina, travando conversa com a Natureza, enquanto o Homem ainda descansava sossegadamente nas dobras da sonolência. Deitei-me na relva verde e comecei a meditar sobre estas perguntas:
Será a Beleza Verdade? Será Verdade a Beleza?
E em meus pensamentos vi-me levado para longe da humanidade. Minha imaginação descerrou o véu de matéria que escondia meu íntimo. Minha alma expandiu-se e senti-me ligado à Natureza e a seus segredos. Meus ouvidos puseram-se atentos à linguagem de suas maravilhas.
Assim que me sentei e me entreguei profundamente à meditação, senti uma brisa perpassando através dos galhos das árvores e percebi um suspiro como o de um órfão perdido.
Por que te lamentas, brisa amorosa? perguntei.
E a brisa respondeu: Porque vim da cidade que se escalda sob o calor do sol, e os germes das pragas e contaminações agregaram-se às minhas vestes puras. Podes culpar-me por lamentar-me?
Mirei depois as faces de lágrimas coloridas das flores e ouvi seu terno lamento... E indaguei: Por que chorais, minhas flores maravilhosas?
Uma delas ergueu a cabeça graciosa e murmurou: Choramos porque o Homem virá e nos arrancará, e nos porá à venda nos mercados da cidade.
E outra flor acrescentou: À noite, quando estivermos murchas, ele nos atirará no monte de lixo. Choramos porque a mão cruel do Homem nos arranca de nossas moradas nativas.
Ouvi também um riacho lamentando-se como uma viúva que chorasse o filho morto, e o interroguei: Por que choras meu límpido riacho?
E o riacho retrucou: Porque sou compelido a ir à cidade, onde o Homem me despreza e me rejeita pelas bebidas fortes, e faz de mim carregador de seu lixo, polui minha pureza e transforma minha serventia em imundície.
Escutei, ainda, os pássaros soluçando e os interpelei: Por que chorais meus belos pássaros?
E um deles voou para perto, pousou na ponta de um ramo e justificou: Daqui a pouco, os filhos de Adão virão a este campo com suas armas destruidoras e desencadearão uma guerra contra nós, como se fôssemos seus inimigos mortais. Agora estamos nos despedindo uns dos outros, pois não sabemos quais de nós escaparão à fúria do Homem. A morte nos segue, aonde quer que vamos.
Então o sol já se levantava por trás dos picos da montanha e coloria os topos das árvores com auréolas douradas. Contemplei tão grande beleza e me perguntei:
Por que o homem deve destruir o que a Natureza construiu?
(Khalil Gibran)