Homem Grosseiro e Rude

Um Homem grosseiro é facilmente reconhecido:
Não raciocina, portanto não tem dúvida a respeito de nada,
Não nega, portanto não crê. Cultiva hábitos há muito nele arraigados e nada aceita, medroso, além daquilo que sejam as conveniências do que vai até a porta da frente da sua casa.
Não testemunha o seu tempo: Vive no tempo do que um dia conquistou; não deixa que ninguém o conheça, posto precisar defender-se com frequência e, dessa forma, fica livre para ofender os outros.
Um Homem rude é aquele que aprende com o que lê, mas prefere não aplicar o que a teoria lhe ensinou, medroso, nada aceita do mundo presente, porque julga que já traçara seu destino e o inesperado não lhe interessa memsmo que seja a sua própria felicidade.
Mas um homem infeliz é aquele que desconhecendo os caminhos da existência e as possibilidades que neles se escondem, julga que nada precisa mudar e que tudo está certo como está.
Feliz é o homem, certamente, que apesar de todas as adversidades, cruza sem medo a via do destino, toma na mão as rédias de sua própria vida, conduz o carro dos seus dias para onde seu coração e a sua inteligência lhe indicar.

(Voltaire)
(Pensador)

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Ao romper do dia, sentei-me na campina, travando conversa com a Natureza, enquanto o Homem ainda descansava sossegadamente nas dobras da sonolência. Deitei-me na relva verde e comecei a meditar sobre estas perguntas:

Será a Beleza Verdade? Será Verdade a Beleza?

E em meus pensamentos vi-me levado para longe da humanidade. Minha imaginação descerrou o véu de matéria que escondia meu íntimo. Minha alma expandiu-se e senti-me ligado à Natureza e a seus segredos. Meus ouvidos puseram-se atentos à linguagem de suas maravilhas.

Assim que me sentei e me entreguei profundamente à meditação, senti uma brisa perpassando através dos galhos das árvores e percebi um suspiro como o de um órfão perdido.

Por que te lamentas, brisa amorosa? perguntei.

E a brisa respondeu: Porque vim da cidade que se escalda sob o calor do sol, e os germes das pragas e contaminações agregaram-se às minhas vestes puras. Podes culpar-me por lamentar-me?

Mirei depois as faces de lágrimas coloridas das flores e ouvi seu terno lamento... E indaguei: Por que chorais, minhas flores maravilhosas?

Uma delas ergueu a cabeça graciosa e murmurou: Choramos porque o Homem virá e nos arrancará, e nos porá à venda nos mercados da cidade.

E outra flor acrescentou: À noite, quando estivermos murchas, ele nos atirará no monte de lixo. Choramos porque a mão cruel do Homem nos arranca de nossas moradas nativas.

Ouvi também um riacho lamentando-se como uma viúva que chorasse o filho morto, e o interroguei: Por que choras meu límpido riacho?

E o riacho retrucou: Porque sou compelido a ir à cidade, onde o Homem me despreza e me rejeita pelas bebidas fortes, e faz de mim carregador de seu lixo, polui minha pureza e transforma minha serventia em imundície.

Escutei, ainda, os pássaros soluçando e os interpelei: Por que chorais meus belos pássaros?

E um deles voou para perto, pousou na ponta de um ramo e justificou: Daqui a pouco, os filhos de Adão virão a este campo com suas armas destruidoras e desencadearão uma guerra contra nós, como se fôssemos seus inimigos mortais. Agora estamos nos despedindo uns dos outros, pois não sabemos quais de nós escaparão à fúria do Homem. A morte nos segue, aonde quer que vamos.

Então o sol já se levantava por trás dos picos da montanha e coloria os topos das árvores com auréolas douradas. Contemplei tão grande beleza e me perguntei:

Por que o homem deve destruir o que a Natureza construiu?


(Khalil Gibran)

Na glória das noites em claro e na ternura dos dias de vento, todo homem surge na tempestade e recompensa com a luz mais brilhante do sol qualquer lembrança de tristeza.

Esse homem é o melhor do mundo; é o homem que conheço e admiro! Não tem como esconder que homem de verdade corre o mundo para conquistar um sorriso no rosto de quem ama; que voa e rasteja se necessário. Que luta e dá trégua sem medo!

O homem honroso dá atenção especial a nove coisas. Se dedica a ver bem o que olha, a ouvir bem o que escuta; cuida para ter uma aparência afável, para ter uma atitude deferente, para ser sincero nas suas palavras, para ser diligente nas suas ações; no meio das suas dúvidas, tem o cuidado de interrogar; quando está descontente, pensa nas consequências desastrosas da cólera; frente a um bem a obter, ele se lembra da justiça.
(...) Buscar o bem, como se temêssemos não conseguir alcançá-lo; evitar o mal, como se tivéssemos enfiado a mão na água fervente; é um princípio que eu vi ser posto em prática e que aprendi. Viver isolado na busca do seu ideal, praticar a justiça, a fim de realizar a sua Via, é um princípio que aprendi, mas ainda não vi ninguém segui-lo.

(Confúcio)
(Citador)

Todos os homens que conheci até hoje na vida me ensinaram muita coisa, mas principalmente me provaram quão errada é a ideia de que homem de verdade tem que saber mexer em motor de automóvel, ou que jamais pode chorar.

Pois todos esses homens me demonstraram que homem de verdade também é sensível, carinhoso, que conquista com sorrisos, chora se necessário e ama sem restrições. A todos eles eu presto hoje minha homenagem e declaro minha admiração!

Ser homem é ser força na aflição, coragem na noite escura, engenho na dificuldade. Ser homem é ser sinônimo de milhares de anos de evolução em apenas uma vida.

Mas ser homem é ser também lágrima de ternura, emoção romântica, êxtase de paixão, sorriso doce e gesto de amor. Ser homem é ser tudo e tanto que não existem palavras que lhe façam justiça.

Para todos os homens na minha vida, para todos sem exceção e sem estereotipar, quero dedicar esta humilde e sentida homenagem, e deixar o meu agradecimento por tudo!