Poeta
Eu queria ser poeta
Mais poeta não posso ser
Porque poeta pensa muito
E eu só penso em você
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O dono de um pequeno comércio, amigo do grande poeta Olavo Bilac, abordou-o na rua:
Sr. Bilac, estou precisando vender o meu sítio, que o Senhor tão bem conhece. Poderá redigir o anúncio para o jornal? Olavo Bilac apanhou o papel e escreveu:
Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortada por cristalinas e marejantes águas de um ribeiro. A casa banhada pelo sol nascente oferece a sombra tranquila das tardes, na varanda.
Meses depois, topa o poeta com o homem e lhe pergunta se havia vendido o sítio:
Nem pense nisso, disse o homem. Quando li o anúncio é que percebi a maravilha que tinha!
Às vezes não percebemos as coisas boas que temos conosco, e vamos longe atrás da miragem de falsos tesouros. Valorize o que tem, as pessoas, os momentos!
Se eu fosse um poeta,
Um dia por certo escreveria,
Um verso de cada cor:
Seria negra a saudade,
Azul a felicidade,
e vermelha a minha dor.
E se ainda não bastasse,
E restasse alguma cor
Precisando de esplendor,
Seria verde a esperança
Deste alguém que não se cansa
De esperar por teu amor
Não me peça para te dar
motivos pelos quais te amar.
Não sou poeta, nem sei decifrar,
O que meus olhos me dizem,
Ao ver a imagem,
de te ver passar.
Interpretar uma emoção,
Ou procurar uma razão
Para firmar minha convicção,
De que o que eu escuto
Não vem da mente,
Mas sim do coração.
Eu acho que não é justo
Dizer o que não consigo explicar.
Pensar em um motivo
Que seja perfeito
Traduzindo o que sinto no peito
Que a causa do meu devaneio
É somente amar.
Horas profundas, lentas e caladas
Feitas de beijos sensuais e ardentes,
De noites de volúpia, noites quentes
Onde há risos de virgens desmaiadas
Ouço as olaias rindo desgrenhadas
Tombam astros em fogo, astros dementes.
E do luar os beijos languescentes
São pedaços de prata pelas estradas
Os meus lábios são brancos como lagos
Os meus braços são leves como afagos,
Vestiu-os o luar de sedas puras
Sou chama e neve branca misteriosa
E sou talvez, na noite voluptuosa,
Ó meu poeta, o beijo que procuras!
De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.
Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.
(William Shakespeare)