Shiva, a Naja e o Tigre
Certa vez, o rei dos demônios, incomodado com a sabedoria e os poderes de Shiva, enviou um dos seus súditos na forma de uma peçonhenta serpente naja para matá-lo. Antes que a serpente o mordesse, Shiva – o “Senhor de todas as Criaturas” –, agilmente, pegou-a com a mão, domou-a e a colocou como adorno ao redor de seu pescoço. Então, a serpente tornou-se sua fiel amiga e companheira. Furioso, o rei dos demônios enviou outro demônio mais feroz na forma de um terrível tigre. Ao lutar com o feroz animal, Shiva percebeu que ele não poderia ser adestrado e que precisaria matá-lo. Com a sua pele, confeccionou uma roupa para se vestir.
Essa história nos mostra que os momentos difíceis e de atribulações podem ajudar muito a crescer como pessoa, a compreender muitas situações e, consequentemente, tornar melhor e mais capaz; que não se deve desesperar e desanimar e, sim, procurar extrair das circunstâncias desfavoráveis algo de útil, um aprendizado ou proveito, assim como o fez Shiva. A partir desse posicionamento, é possível tornar-se mais autoconfiante, experiente, forte e sábio.
(Gilberto Coutinho)
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Conta uma antiga tradição indiana que o Senhor Shiva sempre que decide vir à Terra toma a forma humana de um iogue errante. Shiva é a divindade que, mais do que qualquer outro deus indiano, serviu de modelo aos iogues. Segundo essa mesma tradição, Shiva realmente existiu, há milhares de anos, na forma humana de um sábio iogue. No entanto, as histórias a ele relacionadas apresentam um caráter um tanto quanto mitológico. Sua imagem encontra-se constantemente associada ao monte Kailash, no Himalaia morada das neves , sua principal residência e alvo de inspiração dos iogues, sadhus (ascetas virtuosos) e samnyasins (renunciantes da vida mundana).
Shiva, o pai do Yoga, é uma das personalidades mais citadas nos Puranas. Acredita-se que Shiva tenha vivido um período de sua vida nu, com apenas uma fina camada de cinza recobrindo seu corpo como vivem, ainda hoje, muitos iogues reclusos na Índia ou como se vestiam os antigos ascetas hindus que moravam nas distantes florestas e nas cavernas do Himalaia.
Muitas vezes, Shiva é representado trajando apenas uma pele de tigre ao redor da cintura e/ou uma espécie de manta também do mesmo material em torno do tronco, com um de seus ombros descoberto e com algumas serpentes najas ao redor do pescoço, da cintura e dos braços, e uma lua crescente em seu longo e indisciplinado cabelo.
(Gilberto Coutinho)
(Vya Estelar)
O Dia do Bibliotecário é comemorado em 12 de março em homenagem à data do nascimento do bibliotecário, escritor e poeta Manuel Bastos Tigre. O Decreto 84.631, de 09/04/1980, foi assinado pelo então presidente da República João Figueiredo.
Manuel Bastos Tigre nasceu no dia 12 de março de 1882. Em 1906, depois de finalizar seu curso de Engenharia, foi fazer um aperfeiçoamento em eletricidade, nos Estados Unidos. Lá, conheceu o bibliotecário Melvil Dewey, que o deixou interessado pela profissão. Aos 33 anos, Manuel foi trabalhar com biblioteconomia. Ficou em primeiro lugar no concurso para bibliotecário do Museu Nacional do Rio de Janeiro. Entre 1945 e 1947, trabalhou na Biblioteca Nacional e depois assumiu a direção da Biblioteca Central da Universidade do Brasil.
Faça uma avaliação geral na sua vida e descubra o que não está deixando você focado ou entusiasmado com o treino ou competição. Briga com a namorada, falta de apoio da família, falta de dinheiro, ambiente de treino, dificuldade de transporte, falta de direcionamento, estar de mal com o mundo. Esses são só alguns empecilhos para testar se você realmente tem o olho de tigre necessário para abraçar o Jiu-Jitsu de vez.
(Saulo Ribeiro)
Saiu o leão a fazer sua pesquisa estatística, para verificar se ainda era o Rei das Selvas. Os tempos tinham mudado muito, as condições do progresso alterado a psicologia e os métodos de combate das feras, as relações de respeito entre os animais já não eram as mesmas, de modo que seria bom indagar. Não que restasse ao Leão qualquer dúvida quanto à sua realeza. Mas assegurar-se é uma das constantes do espírito humano, e, por extensão, do espírito animal. Ouvir da boca dos outros a consagração do nosso valor, saber o sabido, quando ele nos é favorável, eis um prazer dos deuses. Assim o Leão encontrou o Macaco e perguntou: Hei, você aí, macaco - quem é o rei dos animais? O Macaco, surpreendido pelo rugir indagatório, deu um salto de pavor e, quando respondeu, já estava no mais alto galho da mais alta árvore da floresta: Claro que é você, Leão, claro que é você!.
Satisfeito, o Leão continuou pela floresta e perguntou ao papagaio: Currupaco, papagaio. Quem é, segundo seu conceito, o Senhor da Floresta, não é o Leão? E como aos papagaios não é dado o dom de improvisar, mas apenas o de repetir, lá repetiu o papagaio: Currupaco... não é o Leão? Não é o Leão? Currupaco, não é o Leão?.
Cheio de si, prosseguiu o Leão pela floresta em busca de novas afirmações de sua personalidade. Encontrou a coruja e perguntou: Coruja, não sou eu o maioral da mata? Sim, és tu, disse a coruja. Mas disse de sábia, não de crente. E lá se foi o Leão, mais firme no passo, mais alto de cabeça. Encontrou o tigre. Tigre, - disse em voz de estentor -eu sou o rei da floresta. Certo? O tigre rugiu, hesitou, tentou não responder, mas sentiu o barulho do olhar do Leão fixo em si, e disse, rugindo contrafeito: Sim. E rugiu ainda mais mal humorado e já arrependido, quando o leão se afastou.
Três quilômetros adiante, numa grande clareira, o Leão encontrou o elefante. Perguntou: Elefante, quem manda na floresta, quem é Rei, Imperador, Presidente da República, dono e senhor de árvores e de seres, dentro da mata? O elefante pegou-o pela tromba, deu três voltas com ele pelo ar, atirou-o contra o tronco de uma árvore e desapareceu floresta adentro. O Leão caiu no chão, tonto e ensangentado, levantou-se lambendo uma das patas, e murmurou: Que diabo, só porque não sabia a resposta não era preciso ficar tão zangado.
Moral: Cada um tira dos acontecimentos a conclusão que bem entende.
(Millôr Fernandes)
Tempo voraz, corta as garras do leão,
E faze a terra devorar sua doce prole;
Arranca os dentes afiados da feroz mandíbula do tigre,
E queima a eterna fênix em seu sangue;
Alegra e entristece as estações enquanto corres,
E ao vasto mundo e todos os seus gozos passageiros,
Faze aquilo que quiseres, Tempo fugaz;
Mas proíbo-te um crime ainda mais hediondo:
Ah, não marques com tuas horas a bela fronte do meu amor,
Nem traces ali as linhas com tua arcaica pena;
Permite que ele siga teu curso, imaculado,
Levado pela beleza que a todos sustém.
Embora sejas mau, velho Tempo, e apesar de teus erros,
Meu amor permanecerá jovem em meus versos.
(William Shakespeare - Soneto 19)